segunda-feira, 22 de março de 2010

"Simples e Suave Coisa"


Existe uma

Minúscula

Pluma flutuante

Pálida, gélida

Movida à gravidade


Vagando nos teus sonhos

Fazendo cócegas nos teus pensamentos

terça-feira, 16 de março de 2010

Vida


Não há reflexão sem pensamento

Não há choro sem sentimento

Não há emoção sem vida


Não há vazio num sorriso sincero

Não há ausência na completude

Não há felicidade sem vida


Não há saudade sem recordação

Não há dificuldade sem solução

Não há morte sem vida


Não há respirar sem vida

Não há pulsar sem vida

E sem vida, não há


Para existir vida? Amar...

quarta-feira, 3 de março de 2010

Crianças



Quando somos crianças tudo é festa: a borboleta no quintal, o cachorro do vizinho, aquela música engraçada, a tarde ensolarada.

Quando somos crianças erramos, teimamos, brigamos, mas tudo sempre de brincadeira, e sempre há perdão. Por que na verdade não há o que perdoar.


Afinal de contas, somos apenas Crianças...


Quando nos machucamos, vem desespero de mãe, de pai, até de avó.
Não tem burburinho sobre nossas atitudes.
Não há julgamento, apenas uma mesinha ao lado da nossa cama cheia de presentes.

Até queremos ficar doentes, para usufruir de tanta regalia. Por isso, nós Crianças somos bobas, cheias de alegria, e a atenção estará sempre voltada para nós, mesmo à força, contra uma luz de independência que em nossos corpinhos irradia.

Assim, as areias do tempo descem quase sem velocidade.
Para nossas mães que nunca admitem a nossa idade.


Afinal de contas, somos ‘eternas’ Crianças.


E nos entregamos de verdade, ao sabor do vento, às emoções.
Choramos sem parar, gargalhamos sem parar, amamos sem parar e sem por que amar, e sem saber o que é amor.


Nem dor... Mas somos Crianças, e em nossos corações não há temor.


E quando somos adultos?

Quase nada podemos pensar sem nos preocupar.
Não temos mais a serenidade para falar sem julgar.
As vezes nos esquecemos até de amar.


E esperamos o velho tempo,
Ocupamos-nos de obrigações infindáveis com que intento?

Não entendo,
Mas sempre existirá esperança,
Afinal de contas...Em algum lugar ainda somos Crianças...

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Para quem gosta de 'canções curiosas':


terça-feira, 2 de março de 2010

Pequeno, simples, complexo.


Comum, como uma formiga carregando uma folha, e complexa ao ser olhada de perto, onde é revelada a demasiada força vinda de algo tão pequeno. Essa é a vida que habita nossas mentes, que enche nossos pulmões, e uma de suas bases fundamentais é a grandeza das pequenas coisas que passam em maioria despercebidas aos nossos olhos que muitas vezes, nada vêem.

Somos pequenos grandes feitos, juntos somos fortes a ponto de destruir tudo, ou construir outra realidade. Separados somos quase sempre egoístas, quase sempre doentes, insignificantes e até mesmo prejudiciais a nós mesmos. Dessa forma, somos quase desumanos.

A vida não tem um motivo certo para ser, existir. Nada está definido ou catalogado em livros de ciência para esclarecer o porquê de tudo. Mas é bem possível afirmar que o ser humano de verdade não é só, por que se está vivo, se sente vivo então será sempre inovador, inesperado e esperado para a vida de outro.

Assim, um humano nunca será humano sozinho...

(Inspirado no texto "Pronto" de VICTOR H. LA QUAY - http://cafevirtual1.blogspot.com/2010/02/pronto.html)

sábado, 27 de fevereiro de 2010

Bom Dia




Cheiro de jasmim... é o jardim que fala. Em cada pétala caída no quintal uma historia a ser contada.

Invadindo a atmosfera aconchegante vêm as pedras no chão, os ladrilhos, as paredes, a grama roçando nos pés nus e cheios de curiosidade.

Bolo no forno, tapete macio, silêncio dos pássaros.

Casa, lar, refúgio.

Manhã? Sol pela janela irradia.

Alguém abre a cortina, um abraço, um beijo.

Palavras doces...

E bom dia.

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Trajetória



E pensando em se perder, ela se achava cada vez mais. Conhecia melhor sua mente, suas reações...

Apreciou assim, a vida e toda a sua essência.

Depois de um mergulho gelado, pôde perceber que entrou jovem nessa imensidão de água, e tempos depois ficou velha com as mãos enrugadas, os olhos avermelhados. Em 30 minutos tudo se transformou, e sua visão pareceu mais clara, mais sábia.

Não precisava sofrer tanto assim, com a palidez que o frio causara, com a ardência nas pálpebras, mas o seu pai dizia que esta era a melhor forma de aprender, porque jamais esqueceria. Precisou escutar um "não", chorar espernear, fazer birra, precisou ser criança antes de ser mulher, antes de se tornar uma fortaleza implacável. Evitou pular as fases da vida, mas sempre foi adiantada, precoce, metida e esperta.
Ela teve a necessidade de um mundo infantil para entender o mundo como um todo. Aquilo que chamamos de “mundo real”.

O que mais me admirava nela era sua força de vontade e sua capacidade de superar os problemas. Não se desgastava por mais de um dia.
O maior defeito era o amor que tinha pelas pessoas. E daí pode pensar "O que há de errado em amar?”. Bom, é melhor nem comentar essa parte.
De modo geral, o fanatismo dela pelos humanos superava todas as paixões que poderiam existir até então. Quanto mais se machucava ao lidar com o "bicho homem" mais se encantava pela complexidade que habitava naquele ser.

Compreensível o porquê de tanta dificuldade. O ser humano nunca foi fácil de entender. Mas ela não era um ET, não mesmo, nada sobrenatural, nada de “outro mundo”. Apenas agia como se fosse (não dê risadas, ok).
Podemos classificá-la como “diferente” apenas. Dessa forma, não seremos injustos, porque se tratava de uma pessoa daquelas que não encontramos em qualquer lugar.
Era única, cheia de mistérios, cheia de sabedoria.
Tinha uma bagagem nas costas, demasiadamente pesada, como se fosse uma centenária.

O seu passatempo preferido era observar a contradição dos vivos, e a ignorância imersa nas conquistas dos mortos.

Ridículo... Ridículo.

10h30min

Daqui às 2h sai o almoço.

Saiu da água, e foi se secar.

Então estava velha e sábia, agora volta ao mundo normal, jovem e indolente.


“Conhecer os outros é inteligência, conhecer-se a si próprio é verdadeira sabedoria. Controlar os outros é força, controlar-se a si próprio é verdadeiro poder.”
Lao-Tsé

terça-feira, 28 de abril de 2009

Sobre Humanos


Sempre que decidir entrar na vida de alguém, vá com calma, tenha certeza do que está fazendo. Não cative ninguém assim, á toa. Tente enxergar sua própria mente antes de qualquer coisa.

Conheça a si, antes de conhecer o próximo.

Tudo muda com um "oi".
A partir daí fica gravada na sua mente a imagem, o cheiro, o som da voz, e os traços marcantes. Na mente do outro está o mesmo em relação a você.
Suas vidas mudaram para sempre. Não? Não acha? Tudo bem, cada um com sua opinião. Mas tente entender este ponto de vista.
Mesmo que 10 anos depois nem lembre mais desta pessoa, em algum lugar da sua vida ela vai estar guardada, algum cantinho empoeirado, daqueles que a gente tem até medo de chegar perto e ter uma alergia.
Vendo desta maneira é bem possível ocorrer a seguinte dúvida: “Pra que então vou gastar minha memória apenas com uma feição, um cheiro, um som, quando posso conhecer o que está por dentro de tudo isso, quando posso entender o que movimenta a personalidade, e o caráter que comanda essas pequenas características?”.
Aí está a chave do "problema", é bem fácil perceber a "preguiça" ou preguiça mesmo, que muitas pessoas têm de conhecer outras.
Falta o ser humano valorizar o ser humano. E não contentar-se apenas com uma mera característica física, o "jeito daquele cabelo" a "cor daquele olho", e sim apresentar uma curiosidade saudável de descobrir quem é que está por trás disso. Existem diversas situações nas quais apenas atentamos para tal fato, quando precisamos de alguma pessoa assim, dessas que deixamos nas nossas gavetinhas empoeiradas. Dessa forma nos interessamos em conhecê-la, e finalmente conseguir dela o que precisamos. E isso parece egoísta. E é egoísta.
Não é necessário ser assim, e nem precisamos disso. Somos acomodados para ser mais sincera. E muitas vezes reclamamos da solidão, sem olhar em volta. Sem notar que estamos rodeados de pessoas que não conhecemos de verdade.
Seria bem mais fácil e agradável se todos fossem assim (nada é perfeito).
Tão bom que é conhecer gente nova, novas mentes, novas maneiras de viver. Tenho certeza que desta forma a solidão de muitos "corações" iria diminuir consideravelmente, juntamente com o "stress" e a pressão do dia-a-dia. Se mesmo assim, você não se convenceu que cativar alguém vai modificar sua existência, então tente e tire suas conclusões.
Se não quiser tentar, ok. Possivelmente, um dia alguém vai te cativar, em seguida você lembrará de algum modo desse texto que você leu e deixou na sua gavetinha.

"Homo homini lupus"
(Frase popularizada por Thomas Hobbes, filósofo inglês do século XVIII, que afirmava que o egoísmo era o mais básico comportamento humano).